O Governo de Minas Gerais finalizou as obras de implantação de sistemas de dessalinização em 69 comunidades rurais do semiárido mineiro, garantindo acesso à água potável para cerca de 28 mil pessoas. A iniciativa faz parte do Programa Água Doce (PAD), coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG), em parceria com o Governo Federal.
As intervenções ocorreram em 26 municípios localizados em uma das regiões mais atingidas pela seca no estado. A primeira entrega aconteceu em maio de 2022, em Mato Verde, e a última foi finalizada em maio deste ano, no município de Jordânia.
Os sistemas entregues incluem estruturas completas de captação, tratamento e distribuição da água, com adaptações específicas para as realidades locais. Além da obra física, o programa também oferece oficinas de sustentabilidade e ações de mobilização social, com foco na gestão compartilhada e no uso consciente da água.
Para o subsecretário de Saneamento da Semad, Anderson Diniz, o programa vai além da infraestrutura. “Não se trata apenas de executar obras, mas de garantir dignidade, saúde e permanência das famílias no território. O sucesso do Programa Água Doce em Minas Gerais reflete uma gestão comprometida com resultados efetivos”, afirmou.
O convênio do PAD havia sido paralisado até 2020, quando foi retomado pela atual gestão estadual. A iniciativa fortalece o compromisso do Estado com o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades no acesso à água potável, especialmente em regiões de alta vulnerabilidade social e climática.
O coordenador estadual do PAD, Kleynner Lopes, reforçou que o trabalho continua mesmo após a conclusão das estruturas. “A entrega dos sistemas é apenas uma etapa. As oficinas de mobilização e sustentabilidade são essenciais para garantir o correto funcionamento e o engajamento da população”, disse.
Municípios celebram transformação
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Mato Verde, Cristiano Neto, conta que o Programa Água Doce atende mais de 130 famílias nos distritos de Cristino e Cristino II. “O programa veio trazer respeito e dignidade para a população. Ele trouxe saúde e água de qualidade. A população tem acesso a 20 litros de água por dia para cada cidadão. Além disso, existe a possibilidade de geração de emprego e renda para a população com a criação de peixes, o que fomenta ainda mais o Programa Água Doce, que veio para ficar”, diz.
Para Maria Aparecida da Silva, moradora de uma das comunidades beneficiadas, o impacto é direto no cotidiano. “A água foi muito boa para nós. Ela é necessária para as coisas mais básicas do dia a dia. É algo que não pode nos faltar, porque é vida e saúde”, contou.
Próximos passos
Na segunda fase do programa, serão implantados mais 30 sistemas de abastecimento em comunidades rurais, com investimento de R$ 11,2 milhões, por meio de termo de compromisso entre a Semad e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). A expectativa é que mais 16 mil habitantes sejam beneficiados na segunda etapa.
Impacto e Sustentabilidade do Programa Água Doce
A finalização das obras é apenas o início de uma mudança significativa nas condições de vida das comunidades atendidas. O Programa Água Doce é um exemplo claro de como esforços governamentais podem transformar regiões que historicamente lutam contra a escassez de água. A integração entre infraestrutura e educação sobre o uso responsável da água é essencial para garantir a longevidade dos resultados.
O compromisso de promover a saúde e a dignidade nas comunidades não se limita à entrega dos sistemas de abastecimento. A implementação de práticas de gestão sustentável é fundamental. Com oficinas e treinamentos, as comunidades são incentivadas a se tornarem protagonistas na preservação e no bom uso dos recursos hídricos.
Além disso, o programa proporciona oportunidades de geração de renda. A possibilidade de atividades como a aquicultura, que Cristiano Neto mencionou, cria novas perspectivas econômicas em áreas onde empregos são escassos. Esse aspecto multifacetado contribui não apenas para a sobrevivência, mas também para o desenvolvimento integral das comunidades rurais.
Muitas esperanças estão depositadas na continuidade deste projeto. Os próximos passos, incluindo a expansão para novas comunidades, são esperados com entusiasmo, pois há uma necessidade clara de que mais famílias tenham acesso a essa fonte vital de água potável.
O relato de Maria Aparecida é um testemunho do impacto positivo que a água pode ter na vida das pessoas. Ela não é apenas um recurso; é um elemento essencial que pode determinar a qualidade de vida e as condições de saúde de uma população. A luta por água potável é uma batalha que afeta milhões de brasileiros, e iniciativas como o Programa Água Doce são fundamentais para enfrentar essa realidade.
Os benefícios do programa emergem em várias frentes. A conscientização sobre o uso eficiente da água e o fortalecimento da cooperação entre os moradores são passos cruciais para garantir que esse recurso não apenas esteja disponível, mas que seja usado de forma sustentável. Com isso, espera-se forjar um futuro onde as comunidades possam se desenvolver independentemente, enfrentando desafios climáticos e sociais de maneira mais resiliente.
Perspectivas de Futuro e Integração com Outras Iniciativas
À medida que o Programa Água Doce avança, há um pano de fundo de necessidades que vão além da simples provisão de água. Também são cruciais a saúde pública, a educação e o fortalecimento comunitário. Para isso, integrar o programa a outras iniciativas de desenvolvimento social e econômico pode aumentar ainda mais o impacto gerado.
Por exemplo, trabalhar em conjunto com programas de saúde para garantir que a água potável se reflete em melhores condições de saúde é um objetivo vital. O vínculo entre água e saúde é indiscutível, e cuidados preventivos podem eliminar muitos problemas associados à água contaminada.
Além disso, a educação ambiental e a capacitação em práticas sustentáveis devem continuar a ser um foco importante. A criação de parcerias com universidades e instituições locais pode proporcionar o necessário suporte técnico e educacional. Esse tipo de colaboração é vital para maximizar o impacto das ações já tomadas e garantir que as comunidades estejam preparadas para enfrentar desafios futuros.
Por fim, a experiência do Programa Água Doce pode servir como um modelo para outras regiões do Brasil e do mundo. A abordagem holística, que alia infraestrutura a esforço comunitário e educação, pode ser replicada em lugares que enfrentam problemas semelhantes. Assim, Minas Gerais não apenas combate seu próprio desafio hídrico, mas também estabelece um exemplo que pode inspirar ações em outras partes do Brasil e da América Latina.