O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se reuniu recentemente em Pequim, na China, com o vice-ministro de Comércio Exterior chinês, Li Chenggang. Um dos principais tópicos abordados na reunião foi a possibilidade de suspensão parcial dos embargos à carne de frango brasileira, que surgiram após a identificação de um caso de gripe aviária em uma ave em granja no Rio Grande do Sul.
A detecção do vírus H5N1 em uma granja, ocorrida há algumas semanas, gerou reações de diversos países, incluindo a China, que impuseram restrições às importações de produtos avícolas do Brasil. Apesar de o caso ter sido isolado, o medo de contaminação levou os parceiros comerciais a tomarem medidas preventivas.
Durante o encontro, o governador Zema apresentou dados que comprovam a segurança da carne de frango brasileira, em especial a mineira. Ele enfatizou que o caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul teve um impacto mínimo na produção comercial e que as medidas de biossegurança estão sendo rigorosamente aplicadas. “Essa ocorrência em aves ornamentais em Minas não compromete a cadeia produtiva de forma abrangente, e o estado segue o compromisso com os padrões sanitários internacionais”, afirmou Zema, destacando a qualidade dos alimentos produzidos.
A China é um dos maiores importadores de carne de frango do Brasil, tornando a manutenção das barreiras comerciais uma questão crítica. Essa situação representa um impacto significativo para o setor avícola brasileiro, que é um dos pilares do agronegócio nacional. Minas Gerais, sendo um forte produtor de aves e ovos, vê a missão do governador como uma tentativa urgente de reverter essa situação.
Na conversa, Zema também convidou os membros do governo chinês a visitarem o Brasil para confirmarem a situação de segurança sanitária no estado. O vice-ministro chinês demonstrou abertura ao diálogo e se comprometeu a levar as informações e a solicitação de suspensão parcial apresentadas pelo governo mineiro ao alto escalão da China. As expectativas são de que as negociações possam flexibilizar as restrições, possivelmente através da adoção de regionalização, permitindo a retomada das exportações de áreas que não foram afetadas pelo vírus.
O setor avícola brasileiro está na expectativa em relação aos desdobramentos das negociações em Pequim, aguardando que o mercado chinês seja reaberto em breve. Essa reabertura é vital para a sustentabilidade de milhares de empregos e para a continuidade de um setor essencial para a economia do país.
Compromisso com a fiscalização
A gripe aviária no Brasil tem sido acompanhada de perto pelas autoridades sanitárias. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em colaboração com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem se esforçado para conter o vírus e garantir a sanidade do rebanho avícola mineiro. A proatividade na comunicação com parceiros comerciais é fundamental para minimizar o impacto econômico da gripe aviária.
Além disso, o IMA promove frequentemente estratégias de vigilância epidemiológica para doenças avícolas, como Newcastle, salmonelose e micoplasmose. As ações incluem medidas de biossegurança para granjas comerciais, políticas de educação sanitária e vigilância em propriedades classificadas como de risco, bem como cadastramento e vistoria em criatórios de subsistência.
Atualmente, Minas Gerais é responsável pela segunda maior produção de ovos do país e pela quinta maior na produção de galináceos, reforçando o papel crucial do estado no cenário avícola nacional.